O PALACETE "DO MESQUITA"

Em ERMESINDE e assim chamado ! ...

Como já dito, esta terra serviu de estância balnear e de passeio domingueiro a muitos portuenses, desde o fim do século passado até meados do século XX.
Os bons transportes (comboio e elétrico), a frescura de um rio Leça (a desaguar na doca de Leixões,límpido, despoluído e de margens arborizadas, foram ingredientes para que Ermesinde, considerada então a “Sintra do Norte”, fosse procurada por muitos neoburgueses, que aqui quiseram construir o seu chalé.

Este, é um (o mais) belo e bem conservado exemplar desses palacetes que foram disseminados por uma paisagem natural riquíssima, em que o verde era a cor dominante.
Em frente à igreja paroquial, do outro lado da linha, este majestoso edifício, de grande valor arquitetónico, é uma das maiores preciosidades do imobiliário civil existente em Ermesinde e quase me atraveria dizer, em Portugal, construído em plena Primeira República.

Adquirido por uma instituição religiosa, a fachada voltada para a Linha de Caminho de Ferro, à saída para Norte da estação, apresenta um bonito alpendre dimensionado para os dois pisos, a que o arco, colunas, telhados e varandins dão especial beleza.

A foto abaixo, foi tirada do viaduto que se vê ao fundo, portanto de Norte para Sul, vendo-se ao fundo a estação de caminho de ferro e à esquerda a igreja. O palacete está no enfiamento da árvore.
Portanto, fica mesmo frente à igreja do outro lado da linha.

A igreja e em frente o Palacete (mesmo no centro da foto).

No lado esquerdo desta fachada, a unir os lados que confinam com a via pública, foi construído um imponente torreão quadrangular, que alarga no cimo, em miradouro de dois pisos – um coberto, outro servindo de cobertura –, rematado por quatro jarrões.

No topo da fachada do lado Sul, uma galeria aberta com graciosa colunata, coberta por um estreito e comprido telhado, um pouco abaixo da cobertura principal do edifício.

As outras fachadas, viradas para o interior da Quinta onde este sumptuoso edifício foi edificado, com um desenho cuidado, entradas e saliências de fino gosto, dão para "o que resta" dum requintado jardim, com jogos de água, flores e diversas estátuas, onde (há cerca de uns 40 anos (?)) se evidenciava a beleza do corpo feminino, estátuas essas que teriam sido retiradas logo após a sua venda às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras.

O seu antigo proprietário, de quem se diz ter pertencido à Maçonaria, granjeou grande fortuna em terras brasileiras, possibilitando a construção deste edifício que é, seguramente, o mais rico e belo de Ermesinde.

DAQUI

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