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“Protesto da geração à rasca”
O assunto não é novo ! Há poucas semanas , “Parva que sou” dos Deolinda, com “letra” de Pedro Silva Martins a chamar a atenção para o desemprego, a precariedade e os baixos salário da juventude, nomeadamente daqueles que se qualificaram academicamente, deu o mote para a manifestação de hoje.
… mas acho que há aqui um grande equívoco :
Será que a geração mais à rasca é esta, a da juventude ? …
É que esta geração tem uma vida e um mundo pela frente, tem idade e conhecimentos para emigrar e encontrar futuro promissor em qualquer parte do mundo.
Sejam eles corajosos e adultos o suficiente para se libertar da tutela paternal.
O mesmo não se poderá dizer das gerações dos 40 e 50 anos que, perderam o emprego ou estão em sério risco de o perder (precário em várias circunstâncias) não têm de momento grandes possibilidades de reencontrar outro, estão muito longe da idade de reforma e têm normalmente uma família para sustentar, filhos a preparar para o futuro, além de responsabilidades financeiras adquiridas, para cumprir .
Estas sim, são as gerações enrascadas !
Felizmente que, os que se se sentem nesta situação ou sob ameaça, engrossaram a manifestação, creio que em muito maior número que os que representavam a dita juventude, desfazendo esse equívoco !
Os Deolinda - "Parva que sou"
Música e letra: Pedro da Silva Martins
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
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Tens toda a razão, amigo.
ResponderEliminarEsses meninos ainda têm idade para fazer outras coisas. Os mais velhos é que já são considerados um trapo.
Vivem-se dias tristes em muitas casas.
Como costumo dizer, que haja saúde e trabalho (não emprego, como alguns querem)
Não tenho qualquer dúvida que a não ter trabalho na minha profissão até limpeza faria.
bji gde
É isso que eu penso.
ResponderEliminarSaudações.
Também concordo contigo. Abraço.
ResponderEliminarAhhhh, alguém concorda comigo!
ResponderEliminarAbraço
Rui, tens razaão, e fui à manifestação aqui em Braga, onde predominavam os meia idade, mais que os jovens.
ResponderEliminarPrecupam-me todos, e tu sabes que se os jovens nada fizerem, os 40 /50/ tas isolam-se e não fazem nada.
Pelo menos foram os jovens que alertaram para o que se passa. E tenho a certeza que muitos deles o fizeram também pelos seus familiares.
Sabes que tenho uma sobrinha que já esteve a trabalhar fora do país. Dois anos. Mas fecharam lá e ela regressou a Portugal, onde foi trabalhar temporariamente pata uma das empresas mais faladas na TV. Como teve de sair, arranjar um trabalho temporário também, a fazer o que não tem nada a ver com a sua licenciatura. Ela aceitou, por um mísero vencimento...E, Lisboa, onde tudo é mais caro.
E, não perdeu nem perde a esperança de tentar sair do país onde possa ter uma vida mais confortável.
Mas há outros pormenors que não posso falar aqui.
E como ela, hámuitos jovens "carregados" de talento.
Quanto aos de 40/50, esses tenho o maior respeito por eles, porque estivesse eu no seu lugar, não sei o que faria da minha vida.
Estou de acordo contigo, acredita, mas se não fossem este jovens, os mais velhos nada fariam.
E a coisa não vai melhorar, tu sabes.
Beijinho
Eu fui e aqui em Lisboa vi pessoas de todas as idades: crianças, jovens, adultos e até velhotes. O que faz sentido, porque à rasca andamos todos, à conta dos nossos governantes da treta (actuais e anteriores)...
ResponderEliminarE mesmo que em jovens licenciados emigrar possa ser uma solução, caramba devia ser uma opção deles, não o país a varrê-los para fora! São portugueses como os outros!
Passei pelo seu e tenho pontos de vista semelhantes...
ResponderEliminarEles têm uma vida que os espera embora não seja de todo agradável mendigar emprego...É sim uma geração à rasca!
Mas pior, muito pior, é a geração que ficou enrascada, com metas iniciadas por cumprir, sem objectivos definidos...
...e quando nos cortam os sonhos que levou anos a concretizar...o pesadelo torna-se um fardo difícil de transportar!
Abraço
Nina
ResponderEliminarA situação é muito diferente. Um jovem solteiro a viver com os pais ainda não teve oportunidade nem necessidade de contrair empréstimos para a compra da casa, não tem filhos a quem preparar para o futuro, nem sequer tem que se preocupar com as despesas da casa que normalmente estão por conta dos pais. Não quero dizer que não importa que não arranjem emprego, só que quando isso acontece com os pais a situação passa a ser muito mais dramática. São “velhos” e muitas vezes não tão bem preparados como os jovens, para arranjar outro emprego e são muito jovens para ser reformados e quando esta chegar todo o tempo de contagem para formação do seu valor não passará de um salário mínimo !
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Carlos II
ResponderEliminarAntes de mais , muito Bem vindo ! ))
E não seremos só nós ! A “convocação da manifestação” é que “foi um equívoco” que veio a ser desfeito posteriormente. Já no seu desenrolar ! Não se pode separar a geração dos jovens com as dos 40, 50, talvez as piores e ainda dos 60 ou mais ainda ! Todos estão no mesmo barco do enrascanso !
Abraço
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Catarina
ResponderEliminarNão sei se aí estás preparada para entender bem a situação, mas que é muito grave, isso é verdade !
Bjs
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Luisa
ResponderEliminarComo já disse ao Carlos II, seremos mais que muitos a pensar do mesmo modo e daí o dito “equívoco” !
Bjs
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Cantinhodacasa
ResponderEliminarAté certo ponto não deixo de te reconhecer razão, mas acho que o processo foi mal iniciado, centrando a atenção na juventude como sendo a geração à rasca, o que não considero tanto como a dos 40, 50 e principalmente daqueles que trabalham no sector privado sem emprego garantido. Esses têm toda uma vida estabelecida e compromissos que os jovens não têm .
Bjs
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Teté
ResponderEliminarNão só esta convocação foi um equívoco de nome, como toda esta situação, que resultou de outro equívoco (económico/financeiro) de há largos anos e não só cá ! Maior ainda este equívoco quando em 2008 ele se fez sentir notoriamente e toda a gente o viu excepto a teimosia deste governo que sempre pensou que podia dar o salto por cima. Neste aspecto culpo convictamente o actual governo que com “a casa a arder” ainda teimava em TGV´s e aeroportos e não tomou as medidas que se impunham a tempo e horas, deixando o país afundar-se a este nível.
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Manuela barroso
ResponderEliminarAntes de mais muito Bem vinda ! ))
Somos muitos a pensar o mesmo, daí o equívoco !
Uma geração à rasca que está englobada noutras ainda mais enrascadas se as coisas passarem por qualquer percalço inesperado. Então aí o enrascamento é muitíssimo maior e com soluções muito mais difíceis !
Bjs
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Rui, deixo aqui isto:
ResponderEliminarhttp://weber.blogs.sapo.pt/tag/gera%C3%A7%C3%B5es
A sério, custa-me tanto dizer isto, mas parecia a continuação do Carnaval.
Até me pareceu ver carros alegóricos... mas devia estar a ver mal…
Agora a brincar, se fosse para não arredar pé (à semelhança do povo egípcio e outras manifestações) até tinha ido!
;)
Oops!!!
ResponderEliminarClaro ! Esta geração da juventude dita à rasca está muito mal habituada ! Caíu-lhe sempre tudo do céu ! Claro que é legítimo que aspirem a um futuro, mas também eu depois de acabar o curso tive que ir para a tropa durante 39 meses e só pude começar a trabalhar com 25 anos ! :(
O que dizes sobre a manif. é a realidade ! As pessoas vão manifestrar-se como se fossem festejar alguma coisa. :((
Os “Homens da luta” dizem (e eu não concordo) :
"De noite ou de dia, a luta é alegria"
"E o povo avança é na rua a gritar"
Só uma vez na vida fui a uma e jurei nunca mais voltar !
Este blog http://lontrices.blogspot.com/2011/03/fazendo-estrada.html toca questões muito importantes, com que estou inteiramente de acordo.
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Mais do que concordar com este protesto, que participei num acto de solidariedade, vi e presenciei o desespero e revolta enorme de muitas gerações.
ResponderEliminarEu perdi 15 meses a marchar contra inimigos invisíveis. Também vivi enrascado durante anos a passar recibos verdes ao Estado. Estudei à noite porque não quis ficar na parvoíce. Eram outros tempos, diferentes dos tempos dos meus pais e dos meus avós. Não os critico por almejarem oportunidades e estabilidade, e esta situação deixa-me deveras preocupado com o futuro do meu filho.
Isto de levantar a voz pode até não levar a nada mas terá algumas consequências. Por alguma coisa é que somos recordados como os revolucionários dos cravos.
paulofski
ResponderEliminarEu não discordo da manifestação! Discordei foi com o anúncio da "juventude" à rasca, como pretexto da sua realização ! Felizmente que a realidade veio desfazer o "equívoco" !
É que a verdade é que à rasca está uma muito grande parte da população, e com maior gravidade para aqueles que já têm uma família constituida e filhos para preparar para o futuro, uma casa e outras "obrigações" ainda por pagar e que ficaram ou poderão vir a ficar sem emprego, sem qualquer possibilidade de arranjar um novo, sem dinheiro para comer, vestir e manter os filhos a estudar em muitos casos. Ora isto acontece maioritariamente nas gerações dos 40 e 50 !
Claro que terá consequências, para um governo sensivel (se o for)! ... mas ainda ontem mostrou a sua autocracia e prepotência, num país democrático em que existe um Presidente e uma Assembleia da República e uma oposição legítima ! Este governo minoritário não pode governar a seu belo prazer, ignorando tudo e todos ! Tem que aprender a decidir em maioria. Foi o princípio do seu fim e veio colocar Portugal em péssima situação com a Europa, que não nos vai bebeficiar em nada.
Também não concordo que se faça destas manifestações um cortejo de alegria (a TV mostrou), quando o assunto é tão grave e triste !
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Eu entendo, mas eles também precisam de emprego.
ResponderEliminarNão in«maginas a frustração de muitos jovens, Depois, vêm as depressões...
Mas, mais que nunca concordo com aqueles que perderam o emprego na idade em que estão a sustentar os filhos e com grandes compromissos com a banca.
Eu não tenho filhos, mas tenho imensos compromissos que, como disse anteriormente, se me acontece alguma coisa, não saberia o que fazer.
Mas nós, os de 40/50 tas deixámo-nos levar pela vida "aparentemente" fácil e metemo-nos na boca do lobo.
E acho que a geração à rasca foi dominada pelos mais velhos, ambora com a manifestaçãp dos mais jovens.
Veja-se o caso dos professores que foram a Lisboa no mesmo deia, e quase passou despercebido. E a coisa está muito mal para nós, acredita.
Beijinho
* desculpa as falhas.
ResponderEliminar(Quando tenho aqui a pequena a querer vir para o pc, esvrevo enquanto o diabo esfrega o olho. Mas entendes, ok?
Bj