21/11/2010

NE ME QUITTE PAS

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É uma canção escrita no decorrer da separação de Brel e de Suzanne Gabriello, composta e cantada por Jacques Brel em 1959.
Não só é bonita, como extremamente triste, reflectindo o seu estado de espírito provocado pela separação da sua mulher amada, que decorria.

Considero esta interpretação de Jacques Brel o que de mais genial um cantor pode fazer, de tão sentida que é. As lágrimas no rosto, toda a expressão facial, são geniais !


Por isso mesmo sou de opinião que não deve ser apenas ouvida, mas sim vista e atentamente sentida !
Eu sei que já ouviram, mas vejam, sentindo -o !

Experimente ! Por favor ... Veja aqui. (avance a introdução)



Não me deixes

É preciso esquecer tudo
Tudo pode ser esquecido
Como o que já se foi
Esquecer o tempo
Dos mal-entendidos
E o tempo perdido
Em saber como
Esquecer essas horas
Que às vezes matavam
Com golpes de porquês
O coração da felicidade

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Eu, eu te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de um país
Onde não chove
Eu atravessarei a terra
Até próximo à morte
Para cobrir teu corpo
De ouro e de luz
Eu erguerei um domínio
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
E tu serás (eu serei) rainha

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Eu vou te inventar
Palavras insensatas
Que tu compreenderás
Eu vou te falar
Daqueles amantes
Que por vezes viram
Seus corações se abrasarem
Eu vou te contar
A história de um rei
Morto por não ter
Podido te encontrar

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Por tantas vezes vimos
Ressurgir o fogo
Do antigo vulcão
Que se acreditava velho demais
Parece que ele tinha
Terras queimadas
Dando mais trigo
Que no melhor Abril
E quando cai a tarde
Para que o céu flameje
O vermelho e o negro
não se casam ?

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu vou me esconder ali
Só para te ver
Dançar e sorrir
E a te escutar
Cantar e depois rir
Deixe que eu me torne
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cão

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

9 comentários :

  1. Uma das minhas preferidas de Jacques Brel...mais en français! :-))

    Bisous

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  2. Adoro!

    Tenha um bom domingo

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  3. Obrigada por me teres feito relembrar. Felizmente, de momento, não sofro de amores... Uma pessoa que não ouve esta suplicação só pode ter um coração de aço. Eu não o tinha deixado... ;)

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  4. Fui ler um pouquinho sobre a relação dos dois, e qual não foi o meu espanto ao ler que foi o Jaquezinho que deixou a Susana...

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  5. Conheço-a de cor. LINDA!:)
    bji

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  6. Rosa dos Ventos
    Luisa
    Nina

    De Jacques Brel, para mim “a Maior” ! ... e é talvez uma das canções mais cantadas por uma enorme diversidade de cantores, de diferentes origens, de sempre !
    Mas como disse, mais que a (canção, letra e música) a interpretação é o mais extraordinário "QUE EU JÁ VI" !!!
    Ele não está a cantar para nós ! ... está a “falar” para ela e a sentir profundamente o que lhe está a dizer !!!
    Bjs
    .

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  7. Marota
    Fiquei curioso e fui também pesquisar. Curioso que 99% das possibilidades de consulta indicam que a canção foi escrita, musicada e composta, durante a separação, ou para a evitar. Apenas uma referência num blog, “cantodobrel” refere o que dizes.
    É estranho por ser o único, mas ao mesmo tempo pelo nome do blog !
    Se assim for, quem sabe se foi exactamente a canção que evitou a separação nesta fase e a adiou para mais tarde ? :))
    Brel era muito instável de amores. Suponho que foram 5 os casamentos ! :))
    Bjs
    .

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  8. Mas aquela... Une Valse à mille temps também é de uma interpretação extraordinária

    Bjos

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  9. Isa
    Claro que sim, Isa ! Ele aí "joga" maravilhosamente com as palavras e com as rimas muirto acentuadas ! A canção vale por si e muito bem !
    ... mas em termos de "interpretação", nesta "está a cantar para o público" enquanto que na outra está nitidamente a "falar com alguém" ! É isso que me impressiona !!! ...
    .

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