01/08/2018

NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA


LEMBRO-ME DE, HÁ CERCA DE UNS 5 ANOS ,...

Ter dito a uns amigos que os livros em papel não durariam muitos mais anos, pelo menos na variedade e quantidade actuais, e que os jornais em papel tenderiam a acabar muito rapidamente !!!

"Soltaram-me os cães" !!! ... Que os livros nunca deixariam de existir e continuar a editar tal como até aqui e tal como são ! ...
O enormíssimo prazer que isso dá !!!  ... É impensável !!! ... Eu era (e sou ?) um lunático !!! ...:((

O facto é que se tem notado  essa tendência, nos jornais, com as tiragens a decrescerem fortemente e a insistente "oferta" de versões online, a preços atractivos, a chegarem-nos ao computador com as notícias ao momento e não do dia anterior !
A publicidade (paga) é o único factor que ainda os tem mantido em distribuição, mas também pelos seus custos, em função da subida de preços do papel, tenderá a ir desaparecendo. 

Diariamente, recebo as notícias (resumidas) de todos os jornais e capas de revistas, a custo zero !

A luta pela protecção ambiental vai forçosamente levar a um menor derrube de florestas e os preços do papel terão subidas impensáveis, agravadas ainda pelos custos de mão de obra inerentes a toda a transformação de árvores em livros impressos.

As livrarias tenderão a acabar ou a ser alteradas (modificadas) por complementação de outros artigos e passarão a ter um interesse e procura muito especial os alfarrabistas, para os mais saudosistas !
Já vão sendo bem visíveis as constantes, insistentes e até já "irritantes", promoções e saldos, quer nas livrarias, como fora delas, em variadíssimos espaços públicos !

Os livros, na sua forma actual, serão uma miragem e só ao alcance de algumas bolsas !!!

Os eBooks e os áudio-books, ainda não tanto por cá, mas especialmente lá por fora, mesmo já muitas obras completas no Google, já são uma constante e rapidamente invadirão também o nosso mercado e hábitos !

Leremos os jornais, os livros e até os blogs, até as nossas imagens em telefonemas e tudo o mais que vemos hoje nos nossos computadores, para além de neles em qualquer dimensão, também nos nossos aparelhos de Tv, assim como todos os programas de Tv, também nos nossos telemóveis e tablets !

A interactividade total, será um facto.

Nós rimo-nos dos miúdos, com as imagens abaixo , mas rapidamente constataremos que quem se vai rir ainda mais são os jovens , que em breve vão achar muito estranho e antiquado imaginar-nos, noutros tempos , com um enorme jornal de 1 m2  aberto à nossa frente, para lermos as notícias do dia anterior, quando, em segundos, se pode estar a par das notícias de há 5 minutos atrás !

Por último, não julguem que estas coisas são para os nossos netos, ou mesmo filhos ! ... 
Serão ainda para qualquer um de nós !!!


(Texto meu e de minha total responsabilidade)






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18 comentários :

  1. Essas imagens são o máximo! Faz-me lembrar os telefones de disco que as crianças/adolescentes não conhecem a não ser que tivessem visto em museus!
    Eu sou um exemplo de quem já raramente lê livros em papel. Ebooks ou áudio. Da biblioteca requisitarei em papel se ainda não adquiriram em áudio ou há uma lista de espera ainda maior para o ebook.
    Quando fui desta última vez à Colúmbia Britânica, durante o voo mais longo que foi de Toronto-Calgary, passeei pelo avião de uma ponta à outra. Não gosto de estar sentada durante horas. : ) Quase todos os passageiros estavam com os seus eletrónicos: a ler, a jogar, a ver filmes. Um maior número a ler. Vi apenas um rapaz, que me pareceu de origem iraquiana ou iraniana, talvez dos seus 18 – 20 anos, que estava a ler um livro em papel. Até eu achei estranho e não sou da sua (dele) geração.
    E mais: quando leio que ler em papel é mais entusiasmante devido à textura do papel, ao cheiro, ao virar das folhas e tal e tal... acho igualmente estranho como se fosse uma coisa de um passado longínquo quando, na maioria das vezes, sou da mesma geração das pessoas que assim se expressam.
    Ler em papel tem as suas vantagens. Não cansa tantos os olhos, segundo parece, e não interfere quando chega a hora de adormecer ao contrário dos telefones/tablets cuja luz emitida pelos écrãs são prejudiciais à “hora da deita” como diz a Afrodite.

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  2. Por todos os motivos que apontas, Rui, e ainda pelo maior e mais grave de todos, que é a actual desmotivação dos jovens pela leitura, é natural que muitas Livrarias acabem por encerrar as suas portas. O que de resto, já vem a acontecer. Se tudo dependesse de mim, jamais os livros em papel seriam preteridos pelos Ebooks, ainda que admita serem de grande utilidade para quem tem de viajar, em transportes públicos, no seu dia-a-dia.
    Gosto de sentir o livro entre as mãos, gosto de o folhear e gosto, essencialmente, de o guardar para reler mais tarde, esteja onde estiver, sem dependência de um qualquer engenho informático.

    Claro que as imagens têm aquele cunho humorístico próprio do exagero.
    Parabéns pela excelente reflexão, Rui.

    Beijinhos. :)

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  3. Não nos esqueçamos que todos nós contribuímos um pouco, ou alguns muito, para que os livros deixassem de ter interesse para os jovens. Em Portugal a leitura em papel tem diminuído muito e estou de acordo com o Rui, embora gostasse de poder reverter de alguma maneira esta situação.
    Abraço Amigo Rui

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  4. As anedotas são excelentes e serão bem reais dentro em pouco!

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  5. Costumo dizer que um dos melhores cheiros que sinto, é o dos livros. Gosto de ler livros, escrever e receber postais e outras coisas mais que estão a ficar em desuso.

    beijinho Rui

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  6. Também recebi do Henriquamigo estes cartoons que "têm aquele cunho humorístico próprio do exagero".

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  7. Não acredito que o livro venha a desaparecer, Rui.
    Nem os jornais.
    Leio todos dias.
    Online e em papel.
    Aquele abraço

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  8. Com muita pena minha, tenho de concordar com a tua reflexão.
    Eu sou daquelas que ainda compra livros, que gosto do cheiro e do toque e ainda não aderi aos Ebooks e adoro ver a minha prateleira bem colorida, pegar num livro, dos muitos que ainda me faltam ler, sentar-me numa esplanada, na praia, numa viagem e desfolhar avidamente cada página.

    Espero que estas premonições, não venham a acontecer.

    Beijos Rui

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  9. Começo por te dar os parabéns por este excelente post!

    Muito se poderia dizer sobre este tema, cada um que aqui vier comentar-te tem certamente mais "um ponto" a acrescentar ao debate, se bem que já tantos aspectos importantes foram referidos.

    Gostos à parte, teremos de aceitar com naturalidade as consequências que a evolução tecnológica imprime no quotidiano das sociedades modernas. E as mudanças são inevitáveis e afectam toda a gente. Tem sido sempre assim... o que mudou foi a rapidez com que as mudanças se verificam. Claro que todos nós somos por natureza resistentes à mudança e quanto mais "bagagem" tivermos, mais presos estamos aos hábitos do passado.

    De uma coisa estou certa: os LIVROS nunca hão-de desaparecer... o que poderá mudar ao longo dos tempos é a sua forma :))

    Beijinhos a TODOS e mais uma vez parabéns
    (^^)

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  10. Penso que daqui a alguns ano serão estudados como estudamos hoje as bibliotecas da pré história.
    Abraço

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    1. Elvira,
      Estamos em sintonia porque de manhã quando comentei fiquei a pensar quais teriam sido os primeiros livros da humanidade... e sem dúvida que foram as paredes das cavernas. As pinturas rupestres não são meras manifestações plásticas... são autênticos livros que contêm registos e contam histórias.

      Beijinhos interativos
      (^^)

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  11. cantinhodacasa3/8/18 19:45

    Eu não tenho dúvidas e estou de acordo.
    Mas nada como sentir o livro, folheá-lo, voltar atrás na leitura, rever capítulos, lê-lo no jardim, na praia, na cama, em viagem, em qualquer lugar, é uma companhia que nos dá imenso prazer.
    Acredito, também, que eles não acabem, mas que vão ser vendidos a preço do ouro, não duvido.
    Bom fim-de-semana.
    Beijinhs

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  12. Todos

    Muitíssimo grato pelos V/s comentários, que vieram dar razão e apoiar o que escrevi, inversamente ao que me tinha acontecido há “uns tais cerca de 5 anos” em que a opinião (falada) generalizada foi a de que isso era um verdadeiro disparate !!!

    O passar do tempo (em curtíssimo prazo) vai-nos dando razão e mostrando o “caminho” que viremos a enfrentar !

    Dado ter-se tratado de um tema em que já expressei os meus pontos de vista, não faria sentido estar a responder a cada comentário, individualmente.
    Correria o risco, natural, de me repetir, pelo que peço a V/ compreensão .

    No entanto, é evidente que apreciei muito todas as v/s opiniões sobre o assunto, que vieram complementar e valorizar imenso o texto do post .

    Realço o facto de que não quis dizer de modo algum que os “Livros” (e mesmo os Jornais) iriam acabar, mas sim apenas o seu “tipo de apresentação” (suporte) e distribuição !!!

    As consequências da evolução tecnológica são inevitáveis, por muitos "inconvenientes" que isso nos traga em alguns aspectos .

    Mais uma vez muitíssimo grato a quem comentou :

    Catarina
    Janita
    Ricardo Santos
    Flor de Jasmim
    Ematejoca
    Pedro Coimbra
    Manu
    Afrodite
    Elvira Carvalho
    Cantinhodacasa

    … e também ao HenriquAmigo (pelo envio dos “cartoons”, que me fizeram pensar de novo neste tema).

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  13. Meu caro Ruiamigo

    Para mim velho e relho jornalista e escritor a caminho dos 77 aninhos não há nada, mesmo nada que substitua o papel. Ponto. Habituado a senti-lo, a toca-lo, a cheira-lo, a vivê-lo é-me impossível pensar que vai desaparecendo quer em forma de jornal quer em jeito de livro.

    Para mais tendo-me habituado a escrever nele é difícil prescindir da sua presença. Quando comecei a usar o computador faltava-me qualquer coisa e dava por mim a interrogar-me o que seria… E de repente fez-se-me luz: era o malandro do papel. Sem pedir licença ao Zambujal – o bom malandro do papel.

    Mas a nossa querida Janitamiga no comentário dela pôs o dedo numa ferida que também muito me preocupa: a falta de leitura da maioria dos nossos jovens de que resultam muitos e graves erros que se verificam seja na escrita seja na fala em público ou em privado. Ler no papel deveria ser obrigatório. Já estou daqui a ver a “multidão a apostrofar-me e no mínimo chamar-me jarreta e obsoleta… Mas já me chamaram tantas coisas, tenho as costas largas.
    No entanto tenho de te felicitar meu caro Ruiamigo pelo texto que é uma reflexão atempada e bem fundamentada, longa mas interessante em que defendes a impiedosa linha do tempo e do progresso pois o calendário e a tecnologia não se compadecem com as angústias dos defensores das resmas e correlativos – como é o meu caso.
    Quanto aos cartuns têm piada e são bem demonstrativos do que pensam os putos da actualidade e tive, como sempre, muito prazer em tos enviar.

    Um abração deste teu amigo e admirador
    Henrique, o Leãozão

    AVISO
    Acaba de ser publicado o episódio n.º 10 da saga É DIFÍCIL VIVER COM UM IRMÃO MONGOLÓIDE desta feita com o título Chega o primeiro “emprego”




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    1. Obrigado, Henrique, pela apreciação e por este excelente e muito bem ponderado comentário.
      Só diria mais uma coisa :
      Se os miúdos estão desmotivados da leitura em papel, lá está, isso é muito mais uma resultante, um EFEITO, do que uma CAUSA da evolução tecnológica !

      Um grande abraço

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  14. Caro Amigo Rui Espírito Santo.
    Nos brindaste com uma reflexão irretocável.
    Sou assinante de dois periódicos:
    Folha de S Paulo e Diário do Grande ABC.
    O primeiro aderi a assinatura digital.
    O que nos espera?

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    1. Obrigado, João Paulo.
      ... Claro que é uma reflexão com efeito muito "desagradáveis" para a maioria e que nos custam a a ceitar, mas a evolução tecnológica não se compadecerá com "gostos" !

      Esse que citas já é um bom (mau) sinal, que temos que aceitar. :(

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