A foto é dos anos 60 e a miúda é irmã.

(Pesquisas na Internet, com tradução livre, muitos cortes e adaptações)
Há quem acredite que o Haiti (colónia francesa desde 1697 até 1804) é a região mais pobre do mundo, porque fez um pacto com Satanás, para os ajudar a libertarem-se da escravatura dos franceses.
O Haiti vivia de plantações de cana do açúcar e café, apoiadas por um aumento sem precedentes na importação de escravos Africanos.
Economicamente, o resultado foi um sucesso, mas a vida como escravo era intolerável. As condições de vida eram miseráveis, a doença abundante e os espancamentos e abusos constantes.
No tempo de Napoleão III, perante esta situação de escravatura, reuniram-se, revoltaram-se com violência numa guerra dramática de 12 anos, ao fim da qual derrotaram os franceses, até que, em 1804 declararam a independência.
A França, reconheceu-a, mas exigiu compensação: uma fortuna.
Reduzida a dívida, em 1839, para 60 milhões de francos (hoje 400 milhões de euros), ainda era muito mais do que o país devastado pela guerra, podia pagar.
Para o Haiti, esta dívida não significou o início da liberdade, mas o fim da esperança. O Haiti foi o único país em que os ex-escravos tiveram que pagar a um governo estrangeiro, pela sua liberdade.
De certa forma, talvez Pat Robertson esteja certo (ver próximos capítulos).
O Haiti está preso por um “Pacto com o Diabo” e o diabo somos todos nós, o Mundo.
Combinaram eles: “nós vamos adorar-te, se nos livrares dos franceses”.
O diabo disse: “OK, negócio fechado ".
O Diabo ajudou. Os haitianos lutaram, viram-se livres da escravatura e desde então têm sido amaldiçoados e desgraças sucessivas têm acontecido neste país desesperadamente pobre.
Furacões do ano passado devastaram mais de 70% das terras agrícolas do Haiti.
Mais de 80% da população vive na miséria extrema.
Cerca de 3,8% da população tem HIV positivo, entre eles 17.000 menores.
Os cuidados médicos são escassos:
Há um médico para cada 3.000 doentes.
A esperança de vida à nascença é de 61 anos.
A taxa de sobrevivência dos recém-nascidos é a mais baixa do hemisfério ocidental. Um terço nascem abaixo do peso.
Há 80 mortes por 1.000 nascidos vivos.
A taxa de mortalidade das crianças menores de cinco anos é de 120 em 1000 .
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(fotos: agências internacionais)
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Não será bem a mesma coisa, mas não andará muito longe disso.
Talvez mais, um coração robusto e saudável a bombear perfeitamente o sangue para um corpo isento de vasos sanguíneos, levando os seus orgãos e os tecidos à morte !...
O “Projecto Alqueva” foi pensado e foi reconhecido o seu interesse, na década de 50.
Reconhecia-se já nessa altura, a importância da irrigação e não só, daquela vasta área Alentejana, árida e carente, mas faltava coragem política para levar o projecto para a frente. Temia-se estar a contribuir para a consolidação da Reforma Agrária e para o avanço do comunismo.
Nessa altura o Alentejo representava uma forte ameaça para o poder político e sofreu por isso.
O Alqueva tem 250 Km2 e a zona de Reguengos de Monsaraz cerca de 200 km de margem. É a maior albufeira de barragem da Europa, que atinge hoje recorde de armazenagem de água, na sua cota máxima. Apesar de tanta água em redor, os agricultores vêem-se obrigados a construir os próprios poços ou furos, para captação de água privada, para irrigação das suas terras e o seu gado isolado em autênticas pequenas ilhas, donde é difíl retirá-lo, alimentá-lo e evitar que adoeça ou morra, naquela situação.
A situação actual faz-nos pensar que não havia "Projecto" para o pleno e potencial aproveitamento de todo este enorme investimento de base, quando lançado. De outro modo, não se deixaria o "projecto" a meio, ou a menos de meio para se estar agora a pensar nas "megalomanias", antes de acabar o que foi iniciado.
A sua promoção baseava-se "no grande segredo" do crescimento e desenvolvimento do Alentejo, nas suas várias vertentes. Iria ser "uma coisa do outro mundo" !
Estratègicamente, o Parque Alqueva estava vocacionado para:
1 - A componente agrícola, que seria, sem qualquer dúvida, a maior obra de irrigação colectiva jamais realizada em Portugal, para beneficiar uma área com cerca de 12 mil hectares ;
2 - A criação de emprego, na sua construção e o pleno emprego na exploração posterior, nas várias componentes a explorar;
3 - O Alqueva eco-turístico, que atraíria gente de todo o mundo ao Alentejo, que seria um extraordinário pólo de atracção eco-turística ;
4 - O Alqueva energético que forneceria uma boa parte das necessidades.
A componente energética, que sem chegar a ser um flop, nunca atingiu o sucesso.
Mas pergunta-se hoje: qual o real “valor acrescentado”, para além da beleza da paisagem ? ...
Flop na componente agrícola,
Flop no plano de irrigação,
Flop no programa de emprego,
Flop no plano turístico,
Semi-flop no plano energético.
Neste momento, o Alentejo só tem um grande problema: o próprio Alqueva !
A sua albufeira e toda aquela massa de água, representa hoje, outro enorme elefante branco, que ninguém tem capacidade de resolver.
Rui da Bica .