LEMBRAM-SE ? ... Então contem ! :)
Há 49 anos, na madrugada de 28 de Fevereiro de 1969, às 3:41, o continente tremeu e espalhou-se o pânico.
Como nenhum outro desde então, o terramoto de magnitude 7,9 na escala de Richter provocou estragos, arrasou uma aldeia, deu azo a um pequeno tsunami e provocou 13 vítimas mortais, duas das quais consideradas vítimas directas do abalo.
Lembro-me como se fosse hoje e não entrei em pânico por uma boa coincidência !
Tratava-se da último noite de Fevereiro de 1969 , 6ª Fª 28).
Eu tinha, ainda no dia 27, 5ª Fª, acabado de trabalhar em Felgueiras e começaria a trabalhar num novo local, em Santo Tirso, na 2ª Fª 3 de Março. Tinha pedido dispensa do dia 28 .
A minha mulher (Lena) tinha-se encarregado da "mudança" nesse dia 27, tendo eu chegado à noite.
Essa seria, a primeira noite na nova casa, em Ermesinde.
Acontece que essa minha nova casa tinha persianas de alumínio e a 50 metros passava a linha de comboio. Tinham-me avisado que, logicamente se ouviam os comboios a passar.
Fui acordado às 3:41 por um enorme barulho, com as persianas a vibrarem e imediatamente "amaldiçoei" a mudança de casa, porque atribuí aquele barulho e vibração das persianas à passagem de um comboio.
Aconteceu é que o "comboio" era "compridíssimo" (???) e a certa altura ganhei consciência da situação, mas numa altura em que o sismo já estava a acabar !
Nessa altura fui de imediato buscar os meus filhos (de 3 e 2 anos de idade) ao outro quarto, para sairmos para a rua, mas já tudo tinha acabado.
Abri então as persianas e a janela . A rua estava cheia de pessoas em pânico !
Ver AQUI
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Foi... foi há demasiado tempo para mim. Mas já li muito sobre esse Terramoto. Oxalá não se repita.
ResponderEliminar.
* Se te amar for pecado ... Então sou um Pecador *
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Cumprimentos poéticos
Há 49 anos, Gil ! ☺ … Há muito, ou há pouco tempo ,… é muito relativo ! ☺
EliminarPoderá mais tarde ou mais cedo voltar a acontecer, até por que estamos numa zona de fractura entre a placa africana e a placa euro-asiática. E essa localização tectónica vai originar novos sismos em Portugal e lá está a relatividade entre um minuto e 400 anos ! :))
Rui, estava a dormir e assim continuei. Os meus pais contam que a cama parecia um barco e que ficaram junto às traves da porta.
ResponderEliminar:)) Que bom, Isabel ! Eras ainda muito novinha. Por vezes é bem melhor não sermos "testemunhas" ! Os meus filhos (com 3 e 2 anos na altura) também não se recordam .
EliminarEu é que os fui acordar, para sairmos de casa, mas já no fim. :)
Vivia há pouco tempo cá para o Norte Rui, e a ideia que tenho é de sentir a cama tremer, acordar, e ver o candeeiro de tecto a balançar perigosamente. Levantei-me e fui para junto da minha Mãe que tinha vindo passar um tempo comigo. Mas não saí de casa. Creio que foi tudo muito rápido, não deu para sentir grande medo nem pensar em muita coisa.
ResponderEliminarSinceramente, não guardo muitas memórias sobre esse tremor de terra. :(
Acho que muita coisa desses tempos se varreram da minha mente. Felizmente!
E pelos vistos, para o sul (como seria lógico) ainda teria sido pior, Janita. Foi um “rápido”, mas, que “nunca mais acabava” ! :(((
EliminarComo disse, eu tive a sorte de pensar que seria um comboio a passar ali ao lado.
Ainda bem que não te apercebeste bem da verdadeira dimensão do sismo, e dele não tenhas já uma memória acentuada, talvez porque não tenhas acordado de imediato. (?)
Impressionante Rui, ainda hoje de manhã falei nisto, a propósito do mau tempo que se faz sentir e que eu tenho pavor desde essa noite. Recordo como se fosse ontem, o meu pai tinha ido trabalhar à meia noite numa fabrica de aços na Vieira De Leiria, eu com 12 anos e o meu irmão com 14 estávamos em casa com as minhas duas avós, uma cega e outra que andava de gatinhas desde que tinha partido a bacia, foi ela que nos pediu para fugirmos os dois de casa, assim fizemos, mas não fomos sozinhos levamos as nossas avós e fomos para o quintal, ficamos os 4 agarradinhos bem juntinho a um tanque enorme que havia, foi de lá que ouvimos o barulho de um enorme pinheiro a cair em cima da nossa casa que se situava junto a um pinhal. Recordo que quando o meu pai chegou do trabalho eu tinha tanta, mas tanta dor de cabeça e não conseguia abrir os olhos de tanto chorar, estávamos sentados na eira, cada um de nós com uma avó deitadas nos nossos colos. Nesse mesmo dia a minha avó que não andava sentiu uma dor no peito e faleceu no dia seguinte nos meus braços.
ResponderEliminarTenho pavor ao mau tempo e estou a chorar baba e ranho.
Beijinho meu amigo
Muito compreensível esse teu “trauma” com as más condições atmosféricas e fenómenos telúricos ! ☹
EliminarAfinal sofreste bem na pele com esse sismo, senão directamente, pelo menos de forma indirecta, tendo em conta o falecimento de tua avó no dia seguinte, provavelmente como “resultado” dessa situação. (?)
Mas que coisa horrível, Adélia. Consigo avaliar bem o que poderias ter sentido. Com 12 anos, apenas com o teu irmão e as avós naquele estado. :(((( … e ainda essa do pinheiro a cair na casa ! :(((
Lamento ter-te obrigado a recordar toda essa situação tão triste para ti, amiga ! :(((
Beijinhos, Adélia .
EliminarUm beijo enorme Adélia!
😘
Lembro-me que estava no colégio de freiras e como tinha muitas frieiras, tinha dois jarros com água, um de cada lado da cama, para acalmar.
ResponderEliminarSenti tudo a tremer, mas curiosamente não me assustei, talvez porque as minhas colegas de dormitório, se estavam a dormir , a dormir ficaram.
Beijos Rui
:)) Sorte a vossa, Manu ! :) ... E também sorte por os jarros não tombarem e entornarem a água sobre a cama ! eheheh
EliminarEras ainda uma menina nova, também, certamente não acordaste logo de imediato e entretanto, passou.
Beijos
Não gosto muito de me lembrar dessa data. Vivíamos em Sintra e a nossa casa estava (e está) situada bem no sopé da serra. Foi violento o abalo e medonho o ronco que vinha do interior da terra. Não me mexi da cama porque pensei que is morrer soterrada. A minha mãe foi ter comigo e foi quando vi o meu pai, branco de pânico, junto ao umbral da porta do seu quarto. Já não se deitou porque tinha de ir buscar o meu irmão ao aeroporto vindo de férias de Cabinda, da guerra. O meu pai tinha uma deficiência cardíaca de nascença. Era muito sensível e algo frágil. Sempre o ouvi dizer que nunca tinha sentido um tremor de terra e que, se alguma vez sentisse um, morreria. Na noite seguinte, estava muito estranho e na manhã de 2 de março, teve um ataque cardíaco e ficou-se-nos nos braços em meia hora.
ResponderEliminarOh !... Graça ! :((... mas porque fiz eu este post ?...
EliminarLamento mais uma vez (tal como com a Adélia) vir-te fazer recordar tão triste situação essa do teu pai. :((
Não fazia ideia dos vossos casos. Desculpem. :(
Para além do medo que sentiste na ocasião, ainda essa terrível perda ! :(((
Um grande abraço, querida amiga. :(
EliminarGraça, um beijinho...😘
Penso, sem pesquisar, que nesse ano tinham também havido inundações grandes no Ribatejo !
ResponderEliminarEu ia fazer 13 anos em Novembro, mas lembro.me bem. Levantá-mo-nos os três lá em casa. Os meus Pais moravam num terceiro andar em Moscavide e sentimos bastante. O meu Pai disse "Esta m.... nunca mais pára !", e finalmente, lá parou !
Nesse mesmo ano, fui ao Algarve em Março e vi as fissuras grandes existentes nas casas mais antigas, provocadas pelo tremor de terra.
Em Agosto voltei para as minhas primeiras férias algarvias, das duas ou três vezes que lá estive de férias. Gosto muito mais do Algarve de Inverno. Quando os portugueses são bem-vindos ! E isto não é, obviamente, piada para ninguém !!!
Não me recordo, Ricardo. :(... Talvez, mesmo que as houvesse, as notícias e a nossa atenção estava mais virada para o sismo .
EliminarCom 13 anos já dava para ter uma boa ideia do que estava a acontecer, até pelos conhecimentos da escola (liceu).
O sul foi muito mais massacrado que o norte. É natural que, naquele tempo, se mantivessem as casas estragadas por um período longo. (?)
E quanto a férias no Algarve, no meu caso, no Inverno não, mas Abril e Maio, Setembro e Outubro, são o ideal, até pelo que referes !
Enganei-me, estava a fazer-me mais novo. Eu ia fazer 16 anos !
EliminarRicardo eu ia fazer os 13 em Dezembro, quer dizer que somos do mesmo ano com um mês, ou dias de diferença.
EliminarBeijinho Ricardo
Não Adélia, eu enganei-me. Sou mais velho que tu ! :)
EliminarFlor de Jasmim15/3/18 22:52
EliminarOk Ricardo afinal não somos do mesmo ano :)
eu tinha feito 12 em Dezembro
O Rui tinha feito 12 anos em 1969? Como é possível?
Eliminar
EliminarElvira, aquele comentário era da Adélia!
(^^)
:) Obrigado, Afrodite. :)
EliminarSim, Elvira. Esse comentário é uma transcrição minha do comentário da Flor de Jasmim, que ela tinha colocado, não como resposta ao Ricardo, mas sim no fim dos comentários já publicados .
Passei-o para esta posição, para estar mais encadeado. :)
Nem deve ser bom lembrar! :(
ResponderEliminarJá eu felizmente não me lembro de nada.
Só sei que ocorreu o terramoto por ser assunto que de vez em quando os meus pais recordavam e falavam disso.
Já reparaste que estas tragédias acontecem sempre de madrugada!? A noite é medonha...
Beijinho
Olá Afrodite. :( ... Estou deveras arrependido de ter colocado este post. :(
EliminarNão fazia a menor ideia que ia despoletar memórias que estavam muito bem lá no subconsciente. :(
Eras uma criancinha quase bebé. :) Ainda bem que não te recordas, nem viveste esta situação conscientemente.
Espero também, já agora, não tirar o sono a ninguém.
Tal como referi ao Gil, o próximo poderá ocorrer daqui a 400 anos ! :)... Não vamos pensar nisso. :)
Beijinhos
Lembro-me como se fosse hoje. Havia pouco tempo a porteira do portão principal da Seca, aquele que estava a funcionar o ano inteiro, tinha morrido no mês anterior. A minha mãe, era a porteira do outro portão junto ao rio que só funcionava durante a safra. O patrão resolveu promover a minha mãe para o outro portão, só que a casa da porteira tinha apenas um quarto, cozinha e casa de banho. O que era um luxo, nós morávamos num grande barracão assente em pilares por causa da cheias, mesmo à beira-rio. Não tínhamos luz, nem água nem casa de banho. Mas tínhamos que andar sempre a armar a ratoeira, porque ratos e cobras, gostavam muito de nos visitar.
ResponderEliminarBom os meus pais ficaram todos contentes, porque assim a minha mãe passava a ter salário todo o ano, mas não queriam deixar os três filhos sozinhos no barracão naquele deserto.
Então o patrão deu-nos a barraca debaixo do pinheiro manso onde eu tinha nascido para nós vivermos os três. Nessa noite eu acordei com o barulho dos animais da quinta, os estábulos ficavam ali bem perto. Dormia num dos quartos com a minha irmã, o meu irmão dormia no quarto ao lado. Penso que o mesmo barulho dos animais que me acordou, acordou também os meus irmãos. De súbito ouvimos um barulho diferente. Ouvimos primeiro o barulho e só depois sentimos o sismo. Até hoje parece que oiço aquele som surdo, semelhante ao urro de um animal mas mais intenso que parecia vir das entranhas da terra. Logo depois começou a barraca a dançar, e os meus irmãos agarraram-se a mim. Eu era a mais velha. O meu irmão estava pálido, a minha irmã, urinou-se toda com o medo. Não é a mesma coisa passar por um sismo numa casa de pedra, embora possa ser mais perigoso do que numa pequena estrutura de madeira.
Um abraço
Que relato interessante, Elvira !!! E diga interessante, não por ser de “coisas boas”, mas sim pelo que se possa entender das condições sociais daquele tempo, em que “a vida” era mesmo dura ! :(
EliminarContado às novas gerações, que tudo têm, elas não devem entender bem como isso era possível !
E quanto, o enorme valor das gentes daquele tempo, que lutaram por todos os meios para terem um futuro digno e brilhante ! Uma verdadeira lição de vida ! … Obrigado, Elvira .
E ainda quanto ao sismo , realmente, não sei o que teria sido mais assustador, se o tremor das paredes e do chão, ou se o tremendo barulho associado, verdadeiramente assustador !
Abraço
Tinha 5 anos devia estar a dormir como uma pedra porque não tenho memória nenhuma desse dia.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
☺… Um grato e abençoado sono, Pedro . ☺ … mas certamente tem memórias relativas ao que ouviu !?…
EliminarFoi faladíssimo nas Tv’s e nos jornais, assim como nas conversas dos dias seguintes !
Abraço :)
Eu não sentiria se a minha mãe não nos fosse acordar para fugirmos para a rua.
ResponderEliminarSenti o terror, o medo, no último minuto.
Desde então, tenho pavor.
Espero que jamais aconteça um sismo com esta magnitude.
Um abraço
Habitualmente as crianças têm um sono mais pesado que os adultos ! É natural e é bom que assim seja nestes casos. ☺ … Eu também fui acordar os meus filhos para os retirar dali.
EliminarQueres dizer que jamais aconteça no nosso tempo ! ☺… Nós estamos numa “zona de fractura” e mais tarde ou mais cedo, é fatal que volte a acontecer, assim, ou até pior ! … É inevitável e imprevisível no calendário !
:((
Abraço :)
Rui, sei disso.
ResponderEliminarBeijinho.
:) ... Não podemos é pensar que possa acontecer e muito menos que isso nos possa vir a causar mossas directas, senão não poderíamos viver com tantas coisas que nos possam acontecer ! É como os tsunamis ou como um avião vir a cair na nossa casa ! :))
EliminarBeijo :)
Sempre que há notícias de terramotos não deixo de pensar que mais dia, menos dia podemos ser "apanhados" por um. Sobretudo quem vive nas zonas de maior risco sísmico como é o caso do Algarve e Lisboa. E é assustador pensar nisso. Em 69 estava em Portugal, só com a minha mãe, e não senti nada. Mas lembro-me de ver, depois, os estragos nas casas e muros derrubados.
ResponderEliminarSem a menor dúvida, Luisa. Só que não será caso de ficarmos a pensar nisso, mas o facto é que, principalmente Lisboa, está numa "zona de fractura" das placas tectónica , linha que passa próxima à ponte 25 de Abril e mais tarde ou mais cedo, acontecerá outra desgraça !
EliminarNeste caso, foi forte, mas não teve a dimensão do de 1755 ! ... no entanto, a avaliar pelas notícias dos dias seguintes houve muito a lamentar, assim como, mesmo aqui, foi constatado com muita consternação minha, que desconhecia, como é lógico, duas enormes perdas humanas por parte da Adélia e da Graça. :((