09/04/2010

FOTO HISTÓRICA

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Re-editado com texto

Acertado por: Isa Gt, Marota e Luis Tavares.

Esta não era difícil e marca uma situação muito particular da História de Portugal.

Trata-se da cerimónia de Investidura do 1º Presidente da República, pós 25 de Abril, com a companhia dos restantes elementos da Junta de Salvação Nacional, a que só faltou o General Diogo Neto, ausente em funções em Moçambique.

(Clique para ver melhor)

O Presidente da República, General António de Spínola, profere o seu discurso na cerimónia de investidura, no Palácio de Queluz, em 15 de Maio 1974

Esta Junta esteve em funcionamento entre 1974 e 1976, após o comunicado do presidente António de Spínola às 01:30 do dia 26 de Abril de 1974.
A escolha do Presidente e Vice-presidente caberiam à própria Junta.
A Junta de Salvação Nacional (JSN) foi um grupo de militares designados para sustentar o governo do Estado Português em Abril de 1974 após o golpe de estado que derrubou o Estado Novo.
Origem :
A Junta vinha prevista no programa do
Movimento das Forças Armadas para o exercício político, até à formação de um governo civil, para precaver a destituição imediata do Presidente da República (o almirante Américo Thomaz) e Governo, dissolução da Assembleia Nacional e do Conselho de Estado, promulgando a Lei Constitucional n.º 1/74, de 25 de Abril. A escolha do Presidente e Vice-Presidente caberiam à própria Junta.

Composição :A Junta de Salvação Nacional era composta por:

General
António Sebastião Ribeiro de Spínola (Exército - presidente);
General
Francisco da Costa Gomes (Exército);
Brigadeiro
Jaime Silvério Marques (Exército);
General
Manuel Diogo Neto (Força Aérea - ausente em Moçambique);
Coronel
Carlos Galvão de Melo (Força Aérea);
Capitão-de-mar-e-guerra
José Baptista Pinheiro de Azevedo (Marinha);
Capitão-de-fragata
António Alva Rosa Coutinho (Marinha).
Exerceu assim interinamente as funções da Presidência da República (de 26 de Abril a 15 de Maio, data em que designou como Chefe de Estado o presidente da Junta, António de Spínola) e da Presidência do Conselho (de 26 de Abril a 16 de Maio, data em que tomou posse o I Governo Provisório, chefiado por Palma Carlos).
Após os acontecimentos de 28 de Setembro de 1974, que culminaram na renúncia do general Spínola à Presidência, deixaram a JSN este oficial, bem como os generais Jaime Silvério Marques, Diogo Neto e Galvão de Melo.
O general Francisco da Costa Gomes foi então designado Presidente da República e ingressaram na JSN os seguintes oficiais:
Tenente-coronel Carlos Fabião (Exército);
Tenente-coronel Nuno Fisher Lopes Pires (Exército);
Tenente-coronel Narciso Mendes Dias (Força Aérea);
Tenente-coronel Aníbal Pinho Freire (Força Aérea);
Comandante Silvano Ribeiro (Marinha) (interinamente, enquanto durasse o impedimento do almirante Rosa Coutinho, ao tempo ausente em Angola como Alto-Comissário).


Após os acontecimentos de 11 de Março de 1975 a JSN foi extinta, passando os seus então membros a integrar o novo Conselho da Revolução.

Questão inicial (com foto) :

Alguém se lembra deste momento, ou reconhece pelo menos 6 militares ?
Sabem os nomes deles ?
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15 comentários :

  1. Só me lembro de três: o que está a falar é o Spínola, vejo o careca Rosa Coutinho, ao fundo do lado esquerdo o Costa Gomes e já não me lembro do nome dos outros, era uma juvenil inconsciente ;)))

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  2. Isa
    Esses 3 estão certos. Há mais 3 "reconhecíveis".
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  3. O terceiro parece-me ser o Carlos Galvão.

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  4. Desculpem, queria dizer: coronel Carlos Galvão de Melo. O terceiro ao lado do Rosa Coutinho

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  5. Marota
    Certo. Mais conhecido por Galvão de Melo.
    Só faltam 2 "reconhecíveis".
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  6. Pinheiro de Azevedo e Costa Gomes ao fundo.
    O Primeiro é o Jaime Silvério Marques.

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  7. Luis
    Certo. (o Costa Gomes já tinha sido referido)
    O Pinheiro de Azevedo (ex-Primeiro Ministro) é o 3º da esquerda (para quem não o reconheça), o Homem que ficou conhecido pela frase :
    "O Povo é sereno ! ... É só fumaça" !
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  8. Tá mal já nao vim a tempo!!!!

    Foram giros esses tempos, apesar de muitas coisas... (era ainda muito miuda vi tudo com olhos meio "atravessados"). Lembro bem que achava que o Pinheiro de Azevedo era uma figuraça!!!
    Lembro uma unica coisa do 11 Março 75, a minha avó materna morreu nesse dia, lá em casa ninguem deu por nada!

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  9. leitanita
    Bons tempos, muito agitados, muitas dúvidas, nenhumas certezas, mas de muita, muita esperança ... e pelos vistos, também de más lembranças...
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  10. Ainda me lembro, muito bem desta parte da História de Portugal. No entanto há uma passagem nesta altura que eu não me lembro bem o que foi e não consigo encontrar nada na Internete. Na altura nós ainda morávamos em Sacavém e eu ía de comboio para o Liceu, que era o Rainha D. Leonor. Ainda me lembro tão bem, como se vosse hoje. Eu tinha acabado de chegar à estação de comboios para ir para a escola e de repente ouvem-se aviões a voarem muito próximo seguidos dum tiroteiro enorme. Foi a primeira e última vez na minha vida que ouvi um tiroteiro. Nesse dia não fui para a escola, a minha mãe foi-me buscar ao aeroporto, fiquei toda chateada por não poder ir ver o que se estava a passar, sempre fui muito codrelheira. Mais tarde soube que tudo se tinha passado no Quartel da Portela, acho que se chamava Quartel do Ralis. Vou outra vez googlar, quem sabe com o nome deste quartel enconte mais informações.

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  11. Marota
    Tratou-se do “11 de Março de 1975” .
    Podes googlar a partir daí.

    Foi o dia mais confuso da Revolução.
    Spínola foi Presidente da República, como acima referido. Verificou que a extrema esquerda estava a exorbitar na sua actuação, tentou denunciar a situação mas sentiu-se impotente e veio a renunciar ao cargo em Setembro (??), sendo substituído por Costa Gomes.
    Era porém uma voz discordante dos termos em que os revolucionário da extrema esquerda pretendiam encaminhar o país.
    O 11 de Março pôs fim à influência de Spínola e seus simpatizantes e dessa “situação estranha e ambígua”, resultou o início do processo de nacionalizações, que visava uma autêntica mudança do regime para a esquerda mais radical, com elevada preponderância do PCP, a coberto das forças mais visíveis do Copcom e de outros movimentos de extrema esquerda.
    Com o 11 de Março, começaria também o afunilamento do processo revolucionário, a concentração de poderes políticos nos militares e o reforço do poder do PCP nos sucessivos governos e nas chefias militares e a direita foi definitivamente derrotada.
    Foi também a partir daí que a revolução deixou de ser apenas uma festa e foi então que começou a preparar-se o inevitável 25 de Novembro, para repor uma situação de mais equilíbrio democrático.
    O período de 11/3 a 25/11 foi dominado pela extrema esquerda e esse Verão, ficou conhecido como “Verão Quente de 75”. O mesmo que o antes-25 de Abril, (ausência de democracia) mas de sinal contrário.
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  12. Obrigada pela explicação Rui, em relação a este período entre 11/03 e 25/11 nunca consegui perceber muito bem o que se passava. Com 10 anos as minhas prioridades eram outras e realmente foi em termos familiares dificil com a minha mãe como centro. A morte da minha avó nesse dia 11 e o aniversário da minha mãe nesse dia 25. Curiosas estas datas!

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  13. leitanita
    Há coincidências curiosas !...

    Sobre este período, sabes que ainda hoje, apesar das tão amplas liberdades, ainda me sinto pouco à-vontade para falar nestas coisas. É um pouco como se estivesse por essas bandas...
    O Mário Soares foi impedido de entrar no Estádio da Inatel, nas comemorações do 1ª de Maio de 75, quem usase um emblema do PPD era enxovalhado e se fosse do CDS, corria sérios riscos de ser espancado. Como no tempo do Salazar, se alguém "criticasse" o PREC, no mínimo era insultado e apodado de contra -revolucionário e fascista. Donos ou directores de empresas, ou até encarregados, corriam sérios riscos de ser escorraçados ou despedidos pelos "colegas", etc., etc.. Um dia algum historiador contará a verdade da Revolução e as suas consequências na situação actual.
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  14. Obrigado Rui, depois de ter lido o teu post, já não necessito de grandes pesquisas. Agora lembro-me de algumas passagens desta fase da História de Portugal. Na altura corríamos o risco de nos tornarmos numa "colónia" da antiga União Soviética. Ainda me lembro das RGA's, RGC's, RGCD's (reuniões gerais de alunos, contínuos e do corpo docente). Nesta altura também se deu o meu 25 de Abril pessoal - com uma mãe estremamente cruel e exigente, aproveitava o tempo de aulas para usufruir das minhas liberdades. "Baldava-me" às aulas para ir ver os betinhos no estádio da Inatel a jogarem basquetball. Este Ano foi um ano também muito quente para mim e ainda se tournou mais quente quando a Secretaria do Liceu Rainha Dona Leonor resolveu escrever uma carta aos meus pais a informá-los que eu já não ía às aulas há muito tempo. Ainda me lembro também das paredes todas borradas pelos "Meninos Rabinos Pintam Pedes" e de outros amigos. Um ano depois tive o privilégio, com 16 anos de poder ir viver num lar de estudantes - então aí é que os meus Verões se tornaram (não quentes) bem ardentes. Que saudades do Bolero no Martim Moniz...

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  15. Marota
    Sou um pouco mais velho. Vivi o 25 de Abril já com o curso e a vida profissional já a decorrer. Como tinha um lugar de Direcção numa fábrica com muitas dezenas de pessoas, sei bem pelo que passei com tantos excessos.
    Temos que concordar que os alunos, nessa altura também cometeram alguns excessos. Rsrsrs
    Tanta liberdade e “balda” nos “teen’s” , caída assim do céu e de repente, causou em muitos casos alguma desorientação :))..., mas deu para “desbundar” e passar uma juventude, “boé de boa e quente” rsrsrsrs . Eu, nessa altura já estava casado.
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