A Rosa dos Ventos identificou e respondeu certo às questões por e-mail (para não acabar com o "jogo") e
A Luisa identificou-os também (sem outras pistas ou "dicas" ).
Isabel do Carmo e Carlos Antunes
Duas personalidades de Topo da Revolução, mais “revolucionários” que qualquer um, de todos os outros e que comprovam que a Revolução não foi assim tanto de “Cravos”, como se possa julgar.
Muito há ainda hoje por esclarecer aos mais novos, que não acompanharam de perto a Revolução e as suas consequências próximas, nomeadamente no aspecto da autêntica destruição económica do país.
Isto poderá ser um “cheirinho” se tiverem paciência.
Muito se lhes deve (para o bem e para o mal), pela sua acção anterior a abril de 74 e não tão só aos militares, a própria Revolução de 25 de Abril.
Isabel do Carmo, hoje.
Isabel do Carmo, hoje conceituada e prestigiada professora e médica num hospital de Lisboa e autora de uma série de literatura nutricionista.
Desde os 15 anos na política activista, vivia no Barreiro mas andava no liceu em Lisboa. Participou no MUD Juvenil e aos 17 anos entrou para o Partido Comunista de onde saiu em 1970. Nesse mesmo ano fundou com o marido Carlos Antunes, as (BR) Brigadas Revolucionárias e mais tarde (1973), o Partido Revolucionário do Proletariado (PRP).
Após o 25 de Abril, destacou-se no denominado "período quente", desenvolvendo grande actividade revolucionária nas ruas, em empresas e em fábricas.
Acabou por passar alguns anos presa, acusada de "autoria de acções armadas".
Após a sua libertação seguiu a carreira médica.
O Partido Revolucionário do Proletariado era um partido político de inspiração Guevarista nascido na clandestinidade em 1973 e dissolvido em 1976.
Nasceu de uma cisão na FPLN (Frente Patriótica de Libertação Nacional). Dava fundamental importância à luta armada e, durante o Marcelismo, foi especialmente conhecido pela actividade das BR (Brigadas Revolucionárias) grupo armado a quem esteve ligado ideologicamente e organicamente.
Foi um partido com influência nalguns militares revolucionários do COPCON e durante 1974 e 75 organizou um número indeterminado de Concelhos Revolucionários. Estes eram grupos de trabalhadores preparados para a auto-defesa armada da revolução.
O trabalho político junto do COPCOM (de Otelo) apelava à marginalização da Assembleia Constituinte e à legalidade favorecendo o Poder Popular Armado e Revolucionário.
Integrou também a Frente de Unidade Revolucionária, junto com outros partidos de esquerda e também participou na organização dos SUV – Soldados Unidos Vencerão.
Os SUV eram uma organização de soldados revolucionários que pretendia indisciplinar os quartéis e inutilizar o exército no caso de pretender ser utilizado para um golpe militar.
O PRP-BR recebeu as 3000 espingardas G3 que poderiam servir para armar os Conselhos Revolucionários e organizar uma insurreição popular.
Durante o PREC não utilizou as armas para atentados pessoais, mas foi responsável pelas granadas atiradas contra as esquadras da polícia depois do governo ter rebentado à bomba o emissor da RR e também atacou com bombas de fumo um comício de apoio a Pinheiro de Azevedo no Terreiro do Paço e que deu origem à célebre frase : “É só fumaça”, gritada na altura por Pinheiro de Azevedo.
O PRP apoiou a candidatura às eleições presidenciais de 76 de Otelo.
Vários dos seus militantes foram vítimas de perseguição policial pelo vínculo entre as velhas BR e um novo grupo armado, as Forças Populares 25 de Abril.
Isabel do Carmo disse mais tarde que :
“abandonou o PCP por duas razões fundamentais: quando leu os processos de Moscovo e quando ocorreu a invasão da Checoslováquia, percebeu aquela enorme burla em termos de democracia e de liberdade. Foi brutal e violento, porque se abateu sobre nós o peso da descoberta de um regime altamente repressivo e, sobretudo, a descoberta do estalinismo em toda a sua extensão.”
Era ponto de honra de Isabel do Carmo e Carlos Antunes não provocarem mortes. Nem mesmo as acções levadas a cabo antes do 25 de Abril. A ordem era para não matarem nem mesmo agentes da polícia política, a PIDE.
Só em meados de 1978, ao fim de três anos de intenso trabalho, a Judiciária conseguiu atingir o coração das Brigadas Revolucionárias.
A ofensiva policial, lançada em 1978, não visou apenas os operacionais. Os mais destacados líderes do PRP, como Carlos Antunes e Isabel do Carmo, também foram presos – acusados da autoria moral dos crimes.
Os guerrilheiros das Brigadas Revolucionárias que escaparam à ofensiva da Polícia Judiciária, e outros que a seguir foram colocados em liberdade pelos tribunais, vieram a engrossar as fileiras das Forças Populares 25 de Abril – a organização terrorista fundada, em 1980, por Otelo Saraiva de Carvalho.
Questão inicial :
Quem lhes parece que eram e o que foram, para além de professores ?
jornalistas e ela trabalha na SIC
ResponderEliminarVou ver o nome;)
Acabei de mandar por mail...
ResponderEliminarMas vou repetir...
Nina
ResponderEliminarNão, Nina. Anos 80. Professores e na altura ... :))
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Rosa dos Ventos
ResponderEliminarOK. Aguardo. :))
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Está difícil. Agora, ele terá 70 anos e ela 50 e tal...
ResponderEliminarBeijinho
Isabel do Carmo e Carlos Antunes
ResponderEliminarHuum...
ResponderEliminarTerá a Luísa razão?
Então n sei quem são:)
bji gde
Cantinho da Casa
ResponderEliminarDeve andar por aí e claro que conheces, pelo menos a senhora !
Aconselho-te a ler o texto que vou colocar no post.
bjs
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Luisa
ResponderEliminarClaro que sim, Luisa, mas devo acrescentar que já a Rosa dos Ventos me tinha enviado de início, por e-mail as respostas certas.
Só esperava que mais alguém identificasse.
Aconselho a ler o texto que vou acrescentar ao post.
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Nina
ResponderEliminarEstava certo, realmente !
Não tinhas obrigação de saber, mas a partir de agora vais "ter que saber" quem foi esta mulher extraordinária (para o bem e para o mal)!
O texto vai ser um pouco extenso, mas há muitas coisas àcerca da Revolução, que os mais novos deverão saber ! Há ainda muito para contar !
Isso de "cravos" foi uma "estória da carochinha" !
bjs
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Pois. Há nomes que passam.
ResponderEliminarMas tu sabes a história toda!
Já nem me lembrava do PRP.
E de políticos e política, desculpa, mas não entendo nada.
Grande conhecedor és tu.
Beijinho
Cantinhodacasa
ResponderEliminarIsabel do Carmo é na realidade um dos grandes nomes da revolução, quer para o bem, quer para o mal que foi feito a este país e de que ainda hoje se recente.
Vivi na pele todos os acontecimentos, já a trabalhar e com muitas responsabilidades na Direcção de uma empresa com 400 pessoas !
Todos estes agrupamentos revolucionários e os sindicatos tudo fizeram para tentar destruir toda a força produtiva do país, levando a cabo acções de extrema esquerda, para transformar todas as actividades produtivas em cooperativas e auto-gestionárias, que levaram muita empresa à falência!
Muito de mal se passou e a verdadeira história da Revolução ainda não foi contada, por falta de coragem !
Os cravos e a plena Democracia são um mito e continuamos na cauda da Europa, ao fim de 35 anos de amplas liberdades !
Bjs
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E assim se vai fazendo a História deste país que é o nosso...
ResponderEliminarE tu vais ajudando os mais novos a recordar ou a aprender mesmo!
O 25 de Abril foi há 36 anos e anda por aqui gente muito nova e ainda bem porque também têm muito a ensinar, pelo menos a mim...
Grande lição!
Abraço
Rosa dos Ventos
ResponderEliminarA História é uma coisa que só se pode escrever quando acabarem os comprometimentos com causas, classes e grupos de opinião interesseiros ou mal informados, nem sempre, ou quase nunca, fielmente transmissores da verdade, mas orientados por interesses e pressões de vária ordem e distorcidos por opiniões interessadas na manutenção de uma ideia, que interessa fazer passar, muitas vezes, ou quase sempre, desviada da verdade.
A opinião pública vai-se formando assim, de acordo com informações baseadas num status criado e passada aos mais novos dando ênfase apenas à parte boa das situações passadas.
Os mais novos, são desconhecedores da verdade e aceitam como válido aquilo que lhes é transmitido, com as distorções convenientes.
Os mais velhos sujeitam-se a críticas dos ditos grupos interessados ou daqueles que não conhecem a verdade e têm uma certa relutância em falar sobre o assunto.
Normalmente só à 3ª geração existe o àvontade e o descomprometimento para se falar e escrever sem pressões e aí então se começa a escrever a história.
É impossível no “espaço” de um blog, por um lado, emitir opiniões ou relatar factos fundamentados e por outro, a pouca atenção e interesse que é dado a esses escritos, a maior parte dos quais, lida atentamente apenas por uma, três ou meia dúzia de pessoas interessadas.
Beijo
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