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Para os meus amigos/as do Brasil e Portugal
Votos dum ÓPTIMO DOMINGO
Inconstância - Florbela Espanca - Miguel Falabella
Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...
Os versos mais lindos que te fiz - Florbela Espanca - Miguel Falabella
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder…
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda…
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei…
E nesse beijo, amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Oração de joelhos - Florbela Espanca - Miguel Falabella
Bendita seja a mãe que te gerou!
Bendito o leite que te fez crescer!
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama pra te adormecer!
Bendito seja o brilho do luar
Da noite em que nasceste tão suave,
Que deu essa candura ao teu olhar
E à tua voz esse gorjeio d’ave!
Benditos sejam todos que te amarem!
Os que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão, fervente, louca!
E se mais, que eu, um dia te quiser
Alguém, bendita seja essa mulher!
Bendito seja o beijo dessa boca!
Saudades - Florbela Espanca - Miguel Falabella
Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Olá Rui!
ResponderEliminarQue lindas estas poesias da Florbela Espanca, amo poesias, também risco algumas coisinhas, alias no arquivo do meu blog tem algumas que postei.
que seu domingo seja de paz e luz.
Beijokas, Beta de Santana
Tenho a obra completa de Florbela Espanca.
ResponderEliminarGrande mulher.
Belos poemas.
Olá Beta. Gostei que gostasses.
ResponderEliminarPara mim, a Florbela Espanca é o máximo em poesia. Pena, ter morrido tão jovem, na flor da idade.
Se fores ao "meu perfil" encontrarás como "meu clip de áudio" (o meu favorito):
Florbela Espanca e Luis Represas - Fabuloso !
Um Beijão.
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Olá Cantinho.
ResponderEliminarComo já disse acima, esta mulher é o meu ídolo, em Poesia.
Não me canso de ouvir, cantá-la !
Vou confidenciar-te um "segredo": ao ler os 4 sonetos acima (o 2º, fabuloso), os olhos "humedeceram" e não consigo lê-los alto para alguém (Tchiu, isto não é para se saber, ok ?).
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