TEMPOS CONTURBADOS

Re-editado com texto
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Será que se lembram deste episódio ? Eu vi no próprio dia, pela TV em directo !

A Marota acertou primeiro e a Rosa dos Ventos lembra-se do acontecimento.

Teimoso e fanático, de convicções revolucionárias, este homem de extrema direita, Antonio Tejero Molina, ex-tenente coronel da Guarda Civil Espanhola já tinha sido um dos principais cabecilhas do frustrado golpe de Estado de 23 de Fevº , popularmente conhecido como "23-F".

Já anteriormente tinha sido processado em 1970 por outra tentativa de golpe de Estado, conhecida como “ operação Galáxia, tendo sido condenado por este fato a sete meses deprisão.

Ele argumentava agora que no projecto da Constituição criada após a morte de Franco, havia bandeiras demais, referindo-se às regiões autónomas de Espanha.

Na tarde de 23 de Fevereiro de 1981, ao comando de uns 200 guardas civis, assaltou o Congresso dos Deputados, que nesse momento celebrava a sessão de investidura como presidente do governo, de Leopoldo Calvo-Sotelo.

Teve sequestrados os deputados até as 10 da manhã do dia seguinte, quando se entregou ao fracassar a tentativa de golpe de Estado.
Ele tinha como objectivo apoiar o general Alfonso Armada a tomar o poder como presidente de um Governo de salvação nacional, mas quando foi informado por este, de que nesse possível governo iria ter representantes de todos os partidos (incluídos socialistas, comunistas e nacionalistas) continuou a agir, de cabeça perdida por sua conta e risco.

Foi processado e encarcerado, permanecendo na prisão de Alcalá até 3 de Dezº 1996, data em que saiu em liberdade condicional.
Durante o período de prisão tentou ainda, em 1982, organizar um efémero partido político de extrema direita, "Solidariedade Espanhola", para se apresentar às eleições gerais, partido que desapareceu após as eleições devido aos seus míseros resultados.

Foi expulso da Guarda Civil e actualmente reside em Madrid.

Entretanto, simultaneamente à tomada do Congresso dos Deputados, na Capitanía Geral da VI Região Militar (Valencia) o tenente geral Jaime Milans do Bosque ocupou as ruas da cidade com tanques e a tomada dos estudos de Televisão Espanhola.
A intervenção televisiva de Juan Carlos I desautorizando o golpe, acabou com a insurreição, que pensava contar com o apoio da Coroa, e contribuiu para aumentar o seu prestígio entre os sectores políticos que até então não acreditavam muito no sistema monárquico.
O próprio Santiago Carrilo, naquele momento secretário geral do PCE, que se opunha à monarquia, declarou no dia seguinte do golpe: «Hoje todos somos monárquicos».
Após este conflito a monarquia ficou definitivamente consolidada.
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