18/12/2009

"CRISE" VS. CONSTRUÇÃO

Source: New Residential Construction in November 2009
http://www.census.gov/const/newresconst.pdf
U.S. Census Bureau and the Department of Housing and Urban Development, DECEMBER 16, 2009
Clique no gráfico para aumentar :


Single-family authorizations in November :


Relativamente a dados recentes (Novº 09 ) verifica-se uma queda de 7.3% relativamente a Novº 08.
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Nesta questão (gráfico), reside o início do problema (crise internacional) e depara-se-nos uma questão:


O ovo ou a galinha ?... deixou de haver construção por falta de dinheiro, ou o dinheiro faltou por falta de construção ?... Uma provocou a outra e entrou-se em espiral decrescente a partir de início de 2006.


Crise Financeira - Crise Económica - Crise Social !


A "construção" (residencial) é porventura o factor mais importante e decisivo, nas consequências financeiro - económico - sociais de um país, não só pela "construção" em si mesma, mas pela quantidade e variedade de todos os outros materiais necessários para pôr uma casa funcional e habitável, mantendo em actividade um enorme role de tipos de actividade económica empresarial e seus respectivos empregos e daí, nos US se fazer uma avaliação mensal dos pedidos de novas construções, tendo este "barómetro", a par do do "desemprego" impacto decisivo em todas as questões ligadas ao dinheiro. Se os pedidos baixam, a bolsa desce, se sobem, a bolsa sobe, os câmbios $ vs. € (por ex.) alteram e muitos outros exemplos.


Como se vê no gráfico, houve um período de crescimento acentuado entre o início de 91 e 0 fim de 05. Foram 15 anos de crescimento ! Ora isso representou o período de crescimento artificial da "bolha imobiliária", que se esperava há anos, viesse a "rebentar". Até 05 as casas estavam sobreavaliadas e as hipotecas, sempre de valor crescente, pelas revalorizações especulativas das casas, iam contribuindo para aumentar essa "bolha".


Cada re-hipoteca, lá, uma situação corrente, contribuía para novas entradas de dinheiro fresco, pagamentos de dívidas, novos consumos e o aumento do "passivo particular privado" sempre a crescer.


Em 2006 o mercado saturou e deixou de ser possível re-hipotecar, para fazer face às dívidas entretanto contraídas por excesso de oferta de casas e sua consequente baixa de valor, e deixou de haver dinheiro para honrar compromissos financeiros, sendo as primeiras vítimas os próprios financiadores hipotecários das construções, que por essas razões começaram a apresentar sérios problemas financeiros. Daí a que os efeitos se propagassem a todo o sector financeiro, foi um ápice. A crise instalou-se, os bancos começaram a sentir os seus efeitos, os bancos centrais a tentarem por todos os meios debelar a situação, mas ela era muito mais grave do que o inicialmente avaliado, propagou-se a todo o mundo e o resto da "estória", como se sabe, começou a fazer-se sentir nos "bolsos" do mundo inteiro.


Verifica-se ainda no gráfico a queda dos pedidos de novas construções entre início de 2006 e fim de 2009 , sendo ainda prematura uma previsão para os próximos tempos. O que é certo é que a situação não se reverterá se se mantiver este estado de coisas e note-se que hoje o mundo é global e não será de bom senso pensar-se que com o male deles nós bem podemos . Neste caso isso não se aplica.


Outra situação a meu ver errada, é pensar-se que se pode substituir este tipo de investimento privado por público, para manter um sector de construção em actividade. É sim, é verdade, que me estou a referir aos grandes investimentos públicos "sonhados" pelo governo português, para manter a "construção civil" ocupada, mas isso já serão outras conversas.

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